É um tumor benigno composto por adipócitos (células de gordura) maduros e é o tumor de partes moles mais comum no adulto, com incidência de cerca de 1/1.000 (0,1%) na população.
Na maioria das vezes é um tumor único. Ocorre mais entre os 40 e 60 anos, é mais comum em pacientes obesos e é bastante raro em crianças. Os lipomas múltiplos podem aparecer em cerca de 5% dos casos e pode estar associado a hiperlipidemia (aumento de colesterol e triglicérides).
A etiologia exata dos lipomas ainda é desconhecida. Existem várias hipóteses, como hereditariedade (encontrada na lipomatose múltipla familiar), predisposição congênita e alterações cromossômicas. Há pesquisadores que defendem uma origem pós-traumática do lipoma (por herniação do tecido adiposo, ou pela ativação e proliferação de pré-adipócitos após o trauma).
Os lipomas em geral são massas amolecidas, indolores (mesmo à palpação) e de crescimento lento. Tumores grandes podem levar a dor por compressão de nervos sensitivos.
Os lipomas podem ser superficiais (surgem do tecido subcutâneo) e profundos (surgem dos tecidos profundos à fáscia supercial). Os lipomas profundos podem ser inter ou intramusculares. Há também lipomas intraósseos, mas são muito mais raros. Os lipomas superficiais em geral não passam de 5 cm. Já os tumores profundos, mesmo benignos, comumente apresentam mais de 5 cm.
A ultrassonografia pode confirmar a presença do lipoma, sugerindo sua característica de gordura. É um exame útil sobretudo nos tumores pequenos e superficiais, já que é mais barato e mais acessível que a ressonância magnética. A ressonância magnética é o exame que melhor determina o tipo de tumor e a relação do tumor com outras estruturas, notadamente vasos e nervos.
É homogêneo, sem áreas de necrose e sem captação pelo contraste. Quando a ressonância magnética mostra que o tumor é encapsulado, sua ressecção torna-se muito mais fácil.
O tratamento padrão do lipoma é a ressecção marginal. A biópsia prévia não é necessária quando a RM mostra se tratar claramente de um lipoma. Quando o tumor é superficial, sua ressecção pode ser feita sem maiores problemas.
Tumores profundos podem constituir um desafio. No caso do lipoma subcutâneo não ser encapsulado, fica difícil, na cirurgia, determinar onde o tumor termina e onde começa o tecido adiposo normal, principalmente em pacientes mais obesos. Lipomas intramusculares têm maior taxa de recidiva, e alguns pesquisadores sugerem a retirada de todo o músculo para diminuir esse risco. A transformação maligna de lipoma em lipossarcoma é extremamente rara. Há alguns casos relatados de lipossarcoma associado a lipomas múltiplos.